[ Supino Reto - Parte 02 - Personal Victor

Personal Victor

Supino Reto - Parte 02

Afinal precisamos descer a barra até o peito?


Por: Victor Lima

Supino Reto - Parte 02

Recomendo que antes de iniciar essa leitura você leia o post anterior...

Continuando...

Quando realizamos o supino reto e o ombro chega a amplitude de 90 graus na fase excêntrica (descida), temos os cotovelos mais ou menos na altura do banco, ocorre o seguinte. Para que você desça mais a barra, passando da amplitude de 90°, sua escápula precisaria produzir um movimento de adução. Até ai tudo certo, não é? Nem tanto.

Para que as escápulas possam ser aduzidas, elas teriam de "escorregar" no espaço que fica entre as costelas e o banco. Porém, com a pressão causada pela soma da gravidade e da carga, este espaço acaba não existindo, o que impossibilita tal movimento. Mas então como é que você consegue descer além de 90°?

Muito simples! Para que o movimento de abdução horizontal possa de fato continuar, sem o auxílio das escápulas, a parte anterior da sua articulação do ombro precisa ser estirada. É esta parte da articulação gleno-umeral que permite que você desça além dos 90° em uma abdução horizontal, sem o auxílio das escápulas.

De uma maneira geral, este complexo articular até aguenta o "tranco" de alguns movimentos. O problema é que com o passar de várias sessões de treino, esta capsula articular irá começar a apresentar certa frouxidão (afinal ela é constantemente estirada). Sabe o resultado disso? Instabilidade e desequilíbrio com a porção anterior da articulação gleno-umeral. Essa instabilidade articular aumenta consideravelmente os riscos de você desenvolver uma lesão neste exercício.

Mas isso não irá ocorrer apenas pela realização do supino reto, mas também pelo fato de que grande parte dos movimentos feitos no treinamento de MMSS, utilizam fortemente este complexo articular. Então, pode acontecer algo relativamente comum, que é o desenvolvimento de uma lesão que não tenha relação direta com determinada execução de outro movimento, mas sim pela frouxidão ligamentar e principalmente, pela instabilidade. Continua no próximo post...

Bons treinos!

Referências: Campos, Maurício de Arruda. Biomecânica da musculação - Rio de Janeiro, editora Sprint, 2000